São seres estranhos... parece que nada os destroi: solidão, doença, violência, rejeição, fome... nada os derruba. Eles fraquejam, caem, ficam perdidos, sem rumo, caem de cama, pedem socorro... mas mesmo que totalmente sós, se fortalecem, levantam, se acham, saram, socorrem a si mesmos e retomam seu rumo.
Que força é essa, que mesmo quando dizem não quererem ou não serem na realidade fortes, os faz obstinadamente ainda crer que, se continuar a andar, um dia, chegará num lugar em que poderá descansar, sem atribulações, porque aquele será o SEU lugar na história, no tempo e em todos os lugares.
Que gente é essa, que mesmo todo mundo, todas as gentes, todos os astros tentando derrubar, mesmo assim ainda mantem uma tênue e pequena mas brilhante e ofuscante sensação de esperança que a chama e a faz seguir.
Que mistério é esse, que mesmo quando desiste, cansado da luta e dos parcos frutos que colheu, ainda continua caminhando em vez de deitar à margem da estrada e deixar o tempo, as gentes e a vida passar e, mesmo quando desiludido ou fraco, pede a morte, ainda ai o faz andando e ouvindo a voz da esperança.
São tantos que desistem tão fácil. Desistem do Amor por uma briga sobre a limpeza da casa, desistem da saúde por um "barato", desistem da família por bens materiais, desistem dos bons valores por comodidade, desistem da ética por conveniência, desistem da solidariedade por terem de abrir mão de si...
São tantos que se abalam por uma gripe, um arranhado na lataria do carro, uma comida fria, uma pessoa com gosto diferente, uma prova da escola, o fim de um namoro, um ônibus cheio, ...
Então, que gente é essa que não é derrubada. De onde vem essa força que elas mesmas negam ter mas que reconhecemos e invejamos quando as vemos atravessar nossa vida.

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